terça-feira, 22 de abril de 2008

Samba pra Quarta-feira de Cinzas




Meu bem não vá pedir
Pra eu ser feliz
Se nada do que tive
Foi o que quis
O vento me proclama eternamente esta tristeza enfim

Não vou acreditar
No lado bom
Eu sei que a sina vã
É o que restou
E tudo que ofereço a ti agora é a minha dor

Abuse desse lenço e enterre suas magoas
Despida dessa vida mergulhe nessas águas
O tempo esta passando
Não ligue pros confetes no chão

As flores das janelas tão eternas exaltadas
A doce elegância esta caída nas calçadas
O tempo esta passando
E chega de carnaval pra mim

Não fique triste amor
Não é o fim
Espante agora a dor
Que há em ti
Pois tudo que passou é só matéria pro futuro de nós dois

Não vá desacatar
O que restou
Eu vejo a luz no céu
A nos dizer
O novo tom da vida, um belo rumo pra recomeçar

Abuse desse lenço e enterre suas magoas
Despida dessa vida mergulhe nessas águas
O tempo esta passando
Não ligue pros confetes no chão

As flores das janelas tão eternas exaltadas
A doce elegância esta caída nas calçadas
O tempo esta passando
E chega de carnaval pra mim


Experiências ruins sempre deixam lições e até coisas belas.
Essa canção é um exemplo disso.
Uma pessoa e uma situação me inspiraram pra isso.

domingo, 20 de abril de 2008

Livre


Toda sapiência para ser livre.
O caminho não é mais oculto.
Posso vê-lo mesmo sem meus óculos e com toda a minha miopia inserida.
Sinto o vento me acariciando.
São os braços longos que percorrem todo o caminho para me guiar até o fim.

Como é bom estar livre da impulsão daquele sentimento.
A percepção aguçada atual das coisas me ensinou como nunca mais devo agir.

Não me entrego mais a qualquer caminho que parece melhor.
O caminho melhor é aquele que me recebe de braços abertos.

Eu não perdi.

Dê valor a quem se ama, mas não se esqueça de amar a você mesmo.

Um dia talvez, você vá perceber o quanto desperdiçou pessoas que te faziam bem. Espero que não seja tarde.

É hora de manter-se em branco.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Perda e Cinismo




O homem nasce totalmente preparado pra ganhar. Sabe exatamente o que fazer para comemorar quando se vê em tal situação.
No entanto, ao perder, se sente caindo em um abismo, dramatiza a queda ao máximo até que enfim chegue ao chão.
Como homem, tenho sentido bastante essa “minha teoria” ultimamente.
A dor da perda é absurda. Tanto na morte quanto no amor.
Felizmente, alguns fatos têm evidenciado que essa minha perda (que não quero citar agora, mas que talvez alguns de vocês possam supor) não foi na verdade uma perda, mas sim um ganho de liberdade quanto a um sentimento sobre alguém que nunca existiu.
Eu odeio o cinismo e suas variadas formas de aplicação. Mesmo que seja na intenção de agradar uma pessoa. Foi mais ou menos o que fizeram comigo.
Cheguei a apostar no caráter da pessoa, mesmo após descoberto isso, mas a cada dia percebo mais e mais que não vale a pena se importar com alguém que é uma pessoa um dia com você em uma conversa bastante agradável e no outro dia vira a cara descaradamente ao te ver com uma expressão irritante de nojo.
Não sei ao certo definir o que se senti; magoa, raiva ou desprezo, mas de qualquer forma a percepção causada após uma atitude dessas é de que não vale a pena prezar uma pessoa com esse tipo de caráter instável.
A perda causa saudade e um enorme apego ao passado, algo que nunca é bom, já que o passado nós já escrevemos.
A conclusão que tirei desses “chicotes” que a vida me deu através dessa pessoa, é que devo sim (como tenho feito) tirar proveito do que o presente proporciona ao meu redor e que muitas vezes deixei passar por me focar em algo que eu achava ser maior e por isso perdia um acumulo importante de detalhes que me fariam feliz.
A paixão passou como era de se esperar. Isso foi fácil após a queda da máscara. E agora sequer entendo o porque de um dia ter existido tal paixão.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

O Não as Cores das Flores




- Acorde... Acorde... Acorde.
- Não quero. Não posso.
- O que se passa?
- Não se passa, e é por isso que não quero.
- Não vê que as flores podem perder a cor lá fora?
- Não me importo. Se eu mesmo já não tenho cor, o que me importa se as flores tenham ou não?
- Não sabe o que esta dizendo. Não há nada mais triste no mundo que flores sem cor.
- Não vou estar lá para ver e não me importo com quem esteja.
- E essa agonia que toma seu peito? Diga-me então se é verdadeira.
- Uma verdade superável enquanto eu não acordo.

(...)

- Acooorde... Acooorde.... Acooorde!
- Não.
- Faltam poucos minutos pra que a cor vá embora. E como fica o surreal? E como fica o surreal?
- Vai sumir e voltar a ser surreal, até que alguém descubra mais uma vez o que é surreal e transforme de novo o surreal em real.
- Te falta consciência, rapaz. Não sabe das conseqüências quanto a essa sua atitude descabida?
- Sei sim. Mas não saberei mais. Deixe-me com o meu sono e se foda.
- Não. Você precisa ajudar.
- Não gaste tempo persistindo. Anuncio então minha partida.


.

Hoje percebi que carregarei uma dor por alguns dias, meses ou anos. Não posso prever.
E que por mais que eu peça ajuda, ninguém poderá me ajudar.
Só o tempo e o vento podem evacuar esse espaço cheio de saudade, raiva e afeição que condensados formam tanta dor.