sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O Senhor das Flores




Trabalhar em uma floricultura é uma experiência fabulosa. É interessante imaginar histórias para os destinos de alguns buques. Em alguns casos, quando o cliente sente necessidade de dizer (porque é regra da casa nunca perguntar), acabo escutando histórias de romances, pedidos de desculpa ou até falecimentos.

Durante esse meu curto período de trabalho, pude fazer algumas observações. Percebi que pessoas até os 15 anos geralmente mandam flores para a mãe, de 16 anos até 29 costumam mandar flores para a namorada, adultos de 30 anos a 39 geralmente são recém casados e mandam flores para as esposas, a partir dos 40 (quando o destino das flores não é nenhum velório) as beneficiadas supostamente são as amantes.

Uma única vez eu obtive coragem para mandar um buque de flores, nunca havia feito isso por achar piegas e não ter encontrado motivação suficiente, e a experiência não foi das melhores. Mas deixemos o meu caso de lado porque o de um senhor que se mostrou exceção entre os maiores de 40 anos me parece bem mais interessante.

Um dia entrou na loja um senhor com um ar bondoso que aparentava ter lá os seus sessenta e poucos anos. Aproximei-me com a formalidade de sempre e perguntei se poderia ajudar, ele sorriu balançando a cabeça e me disse que queria o buque de rosas mais belo da floricultura. Pedi pra que ele me acompanhasse e mostrei na loja os lindos buques que temos, ele olhou bem, mas me explicou que apesar de achar que são belos buques não entendia nada e pediu para que eu sugerisse algum para ele. Escolhi um romântico e lindo buque de rosas vermelhas que me fez lembrar da minha experiência. Ele adorou e disse que levaria aquele mesmo.

Enquanto eu preparava o buque, o senhor espontaneamente foi me contando a quem se destinava, disse que era casado á 40 anos e apaixonado por sua esposa. Ele contou que ela havia adoecido e que o medo de perdê-la o fez perceber que nunca havia demonstrado realmente tudo que sentia e então prometeu pra si mesmo que se ela se recuperasse escreveria uma carta e mandaria um buque todo mês. Felizmente ela se recuperou e lá estava ele cumprindo a promessa. Terminou dizendo que não se perdoaria por ter se acomodado e esquecido o quanto ela é importante, disse que sabia que essas cartas e flores não compensariam esse tempo. Achei aquela historia triste, apesar de bela, e vi a vida mais uma vez me cutucando e dizendo o quanto é importante dizer a cada dia a importância de certas pessoas.

Esse senhor vem a loja todos os meses com a mesma simpatia e já até se arrisca a escolher as próprias flores. Eu, por outro lado, ainda não aprendi muito bem e sigo na esperança de aprender antes que seja tarde demais.

sábado, 7 de novembro de 2009

Something




Acendi um cigarro depois de muito tempo sem fazer isso e vi a fumaça se perdendo no ar enquanto eu voltava pra casa e não acreditava no que havia acontecido. Eu estava desnorteado.

O fato é que a agonia que havia tomado meus últimos dias precisava ter fim, e apostei tudo em um só dialogo, eu não conseguiria esperar mais um dia.

A esperança de que tudo corresse bem foi se perdendo, você não me passava segurança, eu sentia como se eu tivesse me portando como um chato ao te procurar sempre, eu sentia como se tivesse me humilhando e a agonia foi aumentando...

Eu não sei o que teria acontecido se eu não tivesse forçado essa conversa, se teríamos continuado com essa estranheza mesmo e isso passaria e ficaria tudo bem ou se num dia qualquer você me surpreenderia e diria que não quer mais. E não me importo. Não me arrependo de ter forçado essa conversa, sei que além de abraçar é preciso se sentir abraçado, eu precisava viver longe dessa agonia.

Todos que me conhecem bem sabem que eu nunca senti isso por ninguém, eu não sei o que é e me acho velho pra me perder tanto em alguém. Foram meses espetaculares, sem sombra de duvidas. Não me culpo mais, eu fiz o que pude. Talvez eu deva aceitar que não foi recíproco, talvez tenha sido só entusiasmo da sua parte.

Eu ainda te quero, mas com a certeza de que você também me quer. Eu só estou escrevendo isso e colocando aqui porque sei que você vai ler. Talvez seja tolice e eu esteja me humilhando mais uma vez, mas não costumo ser muito orgulhoso quando quero alguma coisa.

Prometi que não vou te procurar (não só pra você, mas pra mim também). Meu lado sentimentalista que coincidentemente tenho também considerado como meu lado idiota, ainda mora na esperança de que você vença seu orgulho e me procure. E não escondo de ninguém que venha me perguntar que isso me faria muito feliz, seguro e pronto pra tentar de novo. Mas o meu lado racional acha isso impossível, você nunca venceria seu orgulho e o único motivo disso é porque não se importa.

Enquanto o meu lado sentimental espera, meu lado racional vai tentar buscar coisas interessantes em outras pessoas, tentar esquecer, me divertir e sem dramas fingir que não me importo até não me importar realmente.

Obs: Mais uma vez não vou reler. Então...

sábado, 24 de outubro de 2009

Ansiedade Constante




Ao acordar, além de uma sede insaciável e uma dor de cabeça absurda, percebi também um enorme branco. Fato é que depois desse dia, eu não fui mais o mesmo.

Desde então me afoguei em uma constante e extrema ansiedade de que se concluísse em mim os sentimentos. Essa ansiedade serviu apenas pra que eu pudesse perceber que a conclusão já estava lá. O que havia se passado nos meses anteriores, era realmente o que eu queria.

Felizmente, com maturidade eu pude sempre (ou quase sempre) me controlar nesses dias de oscilações de humor entre bebidas, saudades e outras pessoas que serviram na verdade para que eu entendesse o quanto o que eu havia sentido e vivido é incomparável.

Claro que também não foi um tempo ruim. Tanta coisa eu aprendi, tanta coisa a vida me fez pensar. Acordando em lugares sem entender nada a primeira vista. Buscando tirar proveito máximo de tudo o que acontecia. Fui entendendo e descobrindo mais sobre o que eu realmente gosto.

Vi coisas que me abalaram e me fizeram sentir algo que preferia não ter conhecido. Mas tive maturidade suficiente para passar por cima, entender e levantar a cabeça.

Muita coisa pode acontecer entre dois beijos, o primeiro e o último, mas fiquei feliz em saber (quando a esperança já não mandava noticias) que não era o último beijo, mesmo vivendo sobre o receio de saber quando será realmente o último. A vida é mesmo feita de riscos.

Para mim, na maioria das vezes o eterno é particular, interior e vive apenas nas nossas cabeças. Certos momentos vão ser lembrados para sempre e outros não. Existe também um eterno externo, coletivo, mas esse é na maioria das vezes utópico. Eu só preciso aproveitar ao máximo e eternizar no meu interior o que vivo de bom.

Eu mudei, mas permanece uma essencia. Continuo romântico, piegas, sonhador e sem saber onde colocar as mãos quando não tenho bolsos.

Tenho agora ansiedade e um frágil fio de esperança em mãos que às vezes me faz bem.


Obs: Não arriscarei reler o que escrevi, porque vou acabar sentindo vergonha do texto e cortando muita coisa, por isso desculpem qualquer incoerência (se é que tem algo de coerente aqui).

domingo, 20 de setembro de 2009

Ao Dobrar a Esquina


Ao deitar a cabeça no travesseiro percebeu que não conseguiria ficar ali. Seus pensamentos estavam a mil por hora, e quando isso acontecia não conseguia ficar parado. Levantou e decidiu se perder por aí.

Era infinitamente vaidoso, tanto que por se achar feio sorrindo, evitava sorrir. Mesmo assim saiu sem pentear os cabelos. Seguiu sem rumo pelas ruas pensando em tudo que estava acontecendo sem conseguir organizar o que pensava. Ao se deparar com duas opções de ruas, se viu diante de mais um problema e parou. Percebeu que se não se livrasse dessa nova pedra no caminho, não se livraria das rochas. Então, com o argumento de ser canhoto, decidiu-se pela esquerda.

Ao dobrar a esquina, olhou o relógio e percebeu que já não a amava mais. Assim aconteceu, eram duas da madrugada em ponto e ele já não a amava mais. Não entendia o motivo, se perguntava como isso pode acontecer, mas se sentia aliviado.

E como ele explicaria pra ela? Ele realmente se importava, pois não queria vê-la sofrer. Já havia passado por uma situação parecida que não lhe fez bem. Se perguntou também se ela sofreria, e imediatamente respondeu que não importava, ele precisava de uma justificativa.

Pensou no que teria acontecido se tivesse escolhido a direita por não ser destro, pensou ainda no que teria acontecido se não tivesse olhado o relógio e então concluiu com ingenuidade que se suas escolhas tivessem sido diferentes, não teria deixado de amá-la. Tinha então sua justificativa, diria isso a ela. Ele sorriu até perceber que estava sorrindo e decidiu voltar pra casa.

Voltando pra casa viu uma senhora passando do outro lado da rua e se sentiu envergonhado pensando em como estava seu cabelo.

Em casa, foi direto ao espelho, arrumou o cabelo e foi pra cama. Deitou então a cabeça no travesseiro e dormiu.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Nó na garganta




Cheguei a minha casa, fui direto para o quarto e me tranquei. Foi imensa a satisfação de estar sozinho sem voz alguma, apenas com uma música bem baixa e os sussurros dos meus pensamentos. Essa é uma ótima maneira de cuspir na minha vida, mas às vezes é preciso.
Eu estava junto aos amigos e meu estado era bom, mas bastou o silencio por alguns segundos para que eu quisesse de alguma maneira desaparecer daquele lugar, ir para um lugar só meu onde o silencio me deixasse pensar e entender melhor o que eu estava sentindo. Foi o que fiz, parti antes de todos e torci para não encontrar ninguém pelo caminho. Até cheguei a pensar em desabafar ali na mesa do bar mesmo, mas a minha cabeça estava me metralhando, seria difícil me organizar por ali sem parecer dramático. Além disso, já existiam muitos problemas por ali e talvez eu não conseguisse espaço.
Percebo o quanto amadureci na maneira de encarar certos problemas vendo como outras pessoas agem numa mesma situação. Percebo ao mesmo tempo o quanto ainda tenho que aprender a aceitar certas coisas com mais naturalidade.

É difícil superar o fato de que certas coisas devem ficar para trás porque não depende só de você resolve-las. Muitas vezes, mesmo algo que pareça incompleto, deve ficar para trás e o nó na garganta poderá te acompanhar para o resto da vida. É preciso aprender com o passado e não carregá-lo para o futuro, é preciso abraçar com força o presente antes que ele se torne passado. A vida já não é tão fantasiosa como me ensinaram na TV, a vida se parece mais com um livro de Nelson Rodrigues ou um filme de Almodóvar, chocante.

Meu professor de política certa vez disse que o silencio constrange porque obriga a pensar. Concordo, o silencio realmente agride às vezes. Como por exemplo, quando ele te faz pensar o que se passa em outra cabeça, é tortura certa. O silencio às vezes se parece com um quarto escuro que você não conhece e fica agoniado para iluminar. Talvez o maior segredo para jovens como eu seja não se importar e tocar a vida junto ao tempo, sem parar para se preocupar com o que fica ou segue por outro caminho.

E a minha garganta continua com um nó...

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Amigo de Imaginância




O conto a seguir foi escrito por mim e vai virar um curta metragem dirigido por Rodrigo Brandão. O roteiro já esta pronto e o ator já foi selecionado. Precisamos apenas de um cenário adequado para a história.
Seria:
"Uma casa com uma aparência antiga (de preferência), com caixa de correios na frente e porta de madeira."
Se alguém souber de uma casa com essas características, por favor, entre em contato.
Abraços.



A loucura cobre a solidão...

Um homem de cabelos longos e atrapalhados, barba por fazer, trajando um macacão jeans desbotado, esta sentado em uma cadeira e estendido em uma mesa de madeira com uma expressão de tédio. No fundo ouve-se a trilha de tudo isso, o barulho de gotas de uma torneira mal fechada. O homem finalmente demonstra sinal de vida e levanta, ele pega um envelope, uma caneta, uma folha de papel e começa a escrever:

Caro amigo;
Veio à saudade bater junto ao peito, depois de exatos 40 anos que não nos vemos.
Nossa amizade de infância foi algo que realmente marcou minha vida. Soube que ainda mora na mesma casa em que passei divertidos momentos com você, estou mandando essa carta para avisar que te farei uma visita.
De seu amigo de infância, eternamente,


Thedy.


Ao terminar de escrever a carta, ele preenche corretamente os espaços do envelope, coloca a suposta carta dentro, cola o envelope com sua saliva e levanta. Então ele abre a porta de casa e observa sua própria caixa de correios com a estranheza de quem nunca havia visto coisa igual. Caminha em direção, abre a caixa, coloca o envelope dentro e fecha a caixa. O homem volta para sua casa, deita em sua cama e dorme.

Na manhã seguinte o homem levanta, abre um sorriso e sai da sua casa em direção a caixa de correios. Ele abre a caixa e com a estranheza de quem nunca havia visto aquele envelope, o retira de lá com um sorriso no rosto. Ele carrega o envelope para dentro da casa, senta em sua cadeira, rasga o envelope, retira a carta e coloca o envelope sobre a mesa de madeira. O homem lê a carta com a estranheza de quem nunca havia lido tais palavras e então abre um imenso sorriso no rosto. Ele recoloca a carta dentro do envelope, coloca o envelope dentro de uma gaveta, senta de novo na cadeira e olha para cima , então ele bate com sua mão fechada debaixo da mesa de madeira simulando a batida na porta: “toc toc toc” e grita:

-Já vaaaai!
Ele levanta eufórico, abre a porta e abre também mais uma vez o seu sorriso, mas dessa vez completo e com a boca aberta.
-Não acredito que é você, Thedy!
Lá fora não se vê nada e então o homem abraça esse mesmo nada e convida esse mesmo nada para entrar:
- Entre, Thedy! Eu estava pensando em você esses dias. Quando recebi sua carta eu nem acreditei. Vamos, entre! Tenho tanta coisa pra contar.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Sem Traumas




E depois de tanto tempo, aqui estou, nesse empoeirado blog. Sem saber se me restaram leitores esperançosos por novos posts.
Gostaria de informar que (se de alguma forma o leitor preza pela minha felicidade) a minha ausência foi por um motivo totalmente positivo. Estou passando pelo melhor momento desses vinte anos, onde o acaso aliado aos meus esforços faz com que tudo dê certo. Consequentemente a felicidade é tanta que não me resta tempo e tenho poucos motivos para escrever.
Mas então o que faço aqui hoje?
Pra dizer a verdade, nem eu sei. Tudo continua perfeito, mas hoje senti meus pés se apoiarem em um chão nada consistente, e tive medo.
Não é segredo para ninguém (e nunca esperei que fosse) o quanto sou sonhador, romântico e pessimista, e não creio que isso vá mudar (ou então eu não seria pessimista). Fato é que meus vinte anos deixaram para trás um bocado de desilusões arrematando assim alguns traumas. Traumas que hoje passei a acreditar que não fazem sentido, afinal a vida humana é complexa demais para que se tome como referencia certas pessoas e acontecimentos apenas em meus inexperientes vinte anos, e o melhor é sim tomar como referencia a razão dos meus sentimentos.
É tenebroso pensar do que as pessoas são capazes com o mau uso das artes cênicas, com o cinismo, e depois de ter conhecido pessoas assim, você teme que todas sejam igualmente medíocres e sente receio a cada abraço dado e recebido. Mas tirando como exemplo a pessoa que sou, o quanto me esforço para não decepcionar as pessoas que gosto, o quando prezo em ser fiel com todos, o quanto me acho digno do carinho dos meus amigos e amores, eu tenho certeza que não sou uma exceção e que várias pessoas também prezam isso como eu. E então por que tirar como exemplo pessoas ruins que passaram pela minha vida e sequer foram maioria? Por que não começar pensando nos meus pais, que são pessoas incríveis? É bem melhor lembrar dos meus amigos, Gabriel, Reinaldo, Cássio, Victor, Vagner, Giovanna, Mariana, Leonardo que estão sempre dispostos a me ouvir e me abraçar. E de repente, por um acaso, tenho a espetacular sorte de descobrir alguém tão fascinante como a Nanda, as coisas dão certo, e eu tenho a ousadia de me sentir inseguro? Não. É injusto com todos que gostam de mim e é também injusto comigo, peço desculpas e prometo que isso não acontecera mais.
Não existem duvidas de que todos os nomes citados aqui não serão esquecidos até o final da vida. Como diz o meu avô, “arrasto um bonde” por todos.
Quanto as pessoas decepcionantes que já passaram pela minha vida, sequer me lembro direito, e os nomes se confundem entre tanta mediocridade.
E que venham tantos outros vinte anos...

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Sobre Will. (por William Assis)



William Assis, tímido e deslocado no próprio corpo.
*Mas talvez seja normal não saber onde colocar as mãos quando não há bolsos.*
Algumas vezes, em ataques de coragem, se surpreende com si mesmo quando percebe que algum fato inesperado foi consumado por ele (em alguns dias ele não se reconhece).
Apesar de irritantes e constantes crises de pessimismo, seus momentos alegres são maiores e dignos de arrancar elogios dos amigos mais próximos e até de alguns mais distantes. Aliás, dos amigos sempre vive se vangloriando de como tem sorte de tê-los. Sorte que gasta com eles tomando um café ou uma cerveja simplesmente para exerce o ritual de amizade além das palavras, pois não é mesmo muito de falar (com exceção dos dias que não se reconhece).
É apaixonado por música e cinema, e bom gosto musical é uma qualidade que atinge em cheio os seus interesses por uma guria.
Morre de orgulho de sua banda e sonha com ela. Diz ser indescritível o prazer de tocar músicas compostas por ele e seu companheiro Reinaldo para outras pessoas.
É romântico, mas às circunstancia o tornaram inseguro demais para demonstrar, então hoje em dia teme em ser brega.
Taurino que só acredita em astrologia quando lhe convém.

Will é cientificamente conhecido como tristealegrecalmoansiosoarrogantesimpaticosonus.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Com quantos reais se faz uma realidade?




É bem verdade que me falta eloqüência para explicar o que quero, mas mesmo assim quero arriscar. Parece que há em mim juízo suficiente para pelo menos desabafar, mesmo sem ser entendido.
Sei o quanto meu pessimismo nos últimos anos foi irritante, e felizmente isso esta mudando espontaneamente. O acaso tem me abraçado de maneira carinhosa despertando uma expansão no meu horizonte.

Mas ainda quero gritar!

Tenho quase 20 anos, e me assusto me comparando com o que eu era há cinco anos atrás. Sim, normal. Mas tanta coisa se perdeu, exatamente as coisas que motivavam meu otimismo. Até quando sonhar não é tolice? Será que é mesmo a escolha certa o caminho dos seus sonhos e não o caminho da pressão social? Até quando você pode agüentar?
Decidi apostar nos meus sonhos, mas admito minha insegurança, meus medos. Vou à luta acreditando na minha capacidade, buscando recuperar o meu otimismo. Sinto falta da segurança que eu sentia no passado, da ingenuidade (ou não) com que eu via os fatos.
Com quantos reais se faz uma realidade?

Dividas fizeram um conhecido meu se matar. O pessimismo extremo, o sentimento de incapacidade e principalmente a pressão de ter que fazer tudo isso por um nome limpo e o sustento das filhas, o fizeram optar pela ultima opção de um ser torturado pela consciência, o suicídio. E onde estavam os sonhos? É bem provável que não tenha lutado pelos seus sonhos.

Desculpem a minha falta de coerência e eloqüência, mas estou bêbado, são 3 da manhã e os pensamentos simplesmente foram vomitados (não literalmente) no papel.