segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Nó na garganta
Cheguei a minha casa, fui direto para o quarto e me tranquei. Foi imensa a satisfação de estar sozinho sem voz alguma, apenas com uma música bem baixa e os sussurros dos meus pensamentos. Essa é uma ótima maneira de cuspir na minha vida, mas às vezes é preciso.
Eu estava junto aos amigos e meu estado era bom, mas bastou o silencio por alguns segundos para que eu quisesse de alguma maneira desaparecer daquele lugar, ir para um lugar só meu onde o silencio me deixasse pensar e entender melhor o que eu estava sentindo. Foi o que fiz, parti antes de todos e torci para não encontrar ninguém pelo caminho. Até cheguei a pensar em desabafar ali na mesa do bar mesmo, mas a minha cabeça estava me metralhando, seria difícil me organizar por ali sem parecer dramático. Além disso, já existiam muitos problemas por ali e talvez eu não conseguisse espaço.
Percebo o quanto amadureci na maneira de encarar certos problemas vendo como outras pessoas agem numa mesma situação. Percebo ao mesmo tempo o quanto ainda tenho que aprender a aceitar certas coisas com mais naturalidade.
É difícil superar o fato de que certas coisas devem ficar para trás porque não depende só de você resolve-las. Muitas vezes, mesmo algo que pareça incompleto, deve ficar para trás e o nó na garganta poderá te acompanhar para o resto da vida. É preciso aprender com o passado e não carregá-lo para o futuro, é preciso abraçar com força o presente antes que ele se torne passado. A vida já não é tão fantasiosa como me ensinaram na TV, a vida se parece mais com um livro de Nelson Rodrigues ou um filme de Almodóvar, chocante.
Meu professor de política certa vez disse que o silencio constrange porque obriga a pensar. Concordo, o silencio realmente agride às vezes. Como por exemplo, quando ele te faz pensar o que se passa em outra cabeça, é tortura certa. O silencio às vezes se parece com um quarto escuro que você não conhece e fica agoniado para iluminar. Talvez o maior segredo para jovens como eu seja não se importar e tocar a vida junto ao tempo, sem parar para se preocupar com o que fica ou segue por outro caminho.
E a minha garganta continua com um nó...
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3 comentários:
Às vezes, mesmo que você fale com os outros não adianta, porque ninguém vai te entender, por isso, é melhor que o silêncio seja seu companheiro, ele vai te colocar junto da única pessoa que não vai te julgar: você mesmo. E, às vezes, encarar a nós mesmos é muito mais difícil do que os outros, e é isso que vai te fazer melhor.
Eu acho.
As vezes sinto a mesma coisa...
impressionante como o silêncio pode nos trazer sensções únicas...as vezes é so quando estamos sós que podemo avaliar e ntar em choque com as nossas proprias contrariedades.
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