segunda-feira, 18 de maio de 2009

Amigo de Imaginância




O conto a seguir foi escrito por mim e vai virar um curta metragem dirigido por Rodrigo Brandão. O roteiro já esta pronto e o ator já foi selecionado. Precisamos apenas de um cenário adequado para a história.
Seria:
"Uma casa com uma aparência antiga (de preferência), com caixa de correios na frente e porta de madeira."
Se alguém souber de uma casa com essas características, por favor, entre em contato.
Abraços.



A loucura cobre a solidão...

Um homem de cabelos longos e atrapalhados, barba por fazer, trajando um macacão jeans desbotado, esta sentado em uma cadeira e estendido em uma mesa de madeira com uma expressão de tédio. No fundo ouve-se a trilha de tudo isso, o barulho de gotas de uma torneira mal fechada. O homem finalmente demonstra sinal de vida e levanta, ele pega um envelope, uma caneta, uma folha de papel e começa a escrever:

Caro amigo;
Veio à saudade bater junto ao peito, depois de exatos 40 anos que não nos vemos.
Nossa amizade de infância foi algo que realmente marcou minha vida. Soube que ainda mora na mesma casa em que passei divertidos momentos com você, estou mandando essa carta para avisar que te farei uma visita.
De seu amigo de infância, eternamente,


Thedy.


Ao terminar de escrever a carta, ele preenche corretamente os espaços do envelope, coloca a suposta carta dentro, cola o envelope com sua saliva e levanta. Então ele abre a porta de casa e observa sua própria caixa de correios com a estranheza de quem nunca havia visto coisa igual. Caminha em direção, abre a caixa, coloca o envelope dentro e fecha a caixa. O homem volta para sua casa, deita em sua cama e dorme.

Na manhã seguinte o homem levanta, abre um sorriso e sai da sua casa em direção a caixa de correios. Ele abre a caixa e com a estranheza de quem nunca havia visto aquele envelope, o retira de lá com um sorriso no rosto. Ele carrega o envelope para dentro da casa, senta em sua cadeira, rasga o envelope, retira a carta e coloca o envelope sobre a mesa de madeira. O homem lê a carta com a estranheza de quem nunca havia lido tais palavras e então abre um imenso sorriso no rosto. Ele recoloca a carta dentro do envelope, coloca o envelope dentro de uma gaveta, senta de novo na cadeira e olha para cima , então ele bate com sua mão fechada debaixo da mesa de madeira simulando a batida na porta: “toc toc toc” e grita:

-Já vaaaai!
Ele levanta eufórico, abre a porta e abre também mais uma vez o seu sorriso, mas dessa vez completo e com a boca aberta.
-Não acredito que é você, Thedy!
Lá fora não se vê nada e então o homem abraça esse mesmo nada e convida esse mesmo nada para entrar:
- Entre, Thedy! Eu estava pensando em você esses dias. Quando recebi sua carta eu nem acreditei. Vamos, entre! Tenho tanta coisa pra contar.

2 comentários:

Gabi disse...

CARAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAALHO, QUE FODA! (perdão pelo palavreado haiuhaiuah) E vai virar um curta? Que isso, vai ficar muito legal! Deixa eu ver quando ficar pronto? *-*
E esse tipo de casa você deve arrumar em condomínio :)
Beijão!

Mona.-. disse...

Ah, eu me lembro do amigo de imaginância! Fiquei feliz em saber que vai virar um curta. Parabéns, will!!